Do blog Maicon Sousa -Vilitão Junior se desfilia do PSOL
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Carta Aberta à imprensa e ao povo de Açailândia
“Desfiliando - me, neste momento, do Partido Socialismo e Liberdade P-sol, quero ratificar, publicamente, meu compromisso é com o socialismo. Foi por causa desse compromisso que eu me filiei ao P-sol, há muitos anos, é por causa dele que agora me desligo”.
Partidos políticos são canais de representação de populares, locais de encontros nos quais, mediante o confronto de idéias, se assentam propostas de políticas públicas, programas consensuais de governo e ações para a conquista e exercício do poder político.
Sempre entendi que a condição de filiado a um partido político representa clara opção política e compromisso com determinada visão do mundo. Por tais razões, escolhi o Partido Socialismo e Liberdade P-sol para me filiar desde sua fundação em Açailândia, e me integrei a outros companheiros que comungavam solidariamente o ideário do Socialismo e Liberdade.
Após a vitória sobre a ditadura militar, a promulgação da Constituição de 1988 e a conquista do Estado de Direito, a expectativa de que, finalmente, os partidos brasileiros passariam, de fato, a representar forças políticas distintas, capazes de dar sustentabilidade à democracia brasileira, recém emergida dos escombros de um dos mais terríveis períodos da história do país.
Doce engano. Na medida em que o tempo avançava e os governos se sucediam, mais e mais os partidos foram se transformando em meros cartórios eleitorais para a concessão de legendas, sob a influência crescente do poder econômico e sobre as instituições políticas.
É grande a diferença entre um partido e uma facção. A facção é um ajuntamento de interesses, onde prevalecem as ambições pessoais. A convivência democrática é característica do partido, o autoritarismo a marca da facção. Temos que deixa a “minimização do debate entre situação e oposição” é preciso o fortalecimento da democracia participativa.
A crise da democracia representativa faz com que os partidos – mesmo os mais cuidadosos de sua identidade – degenerem em facções. Tendo lutado no P-sol pela manutenção de sua identidade partidária, nada mais tenho a fazer, agora, dentro dele. A legenda perdeu a sua identidade política, apesar de ostentar o vocábulo socialista que, para ela, nada significa.
Constatando que o P-sol não se diferencia do caráter fisiológico reinante – visto assumir sem nenhum pudor a lógica do pragmatismo político-eleitoral, sendo incapaz de responder a si mesmo e muito menos à sociedade sobre o que significa nos tempos atuais o Socialismo e Liberdade – é chegada à hora de tomar a sofrida decisão de me desfiliar do Partido Socialismo e Liberdade o P-sol sem, contudo abdicar da luta política, como dever e prerrogativa do cidadão.
“Saio do P-sol para continuar na política. Defenderei, onde estiver, as mesmas idéias, valores e princípios que defendi em 2010″.
Açailândia, 23 de agosto de 2011.