POR MANOEL SANTOS NETO
O candidato da coligação “Muda Maranhão” (PCdoB, PSB e PPS), Flávio Dino, faz um balanço positivo de sua campanha rumo ao Palácio dos Leões: “Nossa candidatura está crescendo. Tenho a convicção da nossa presença no segundo turno e vamos ganhar as eleições”, declarou Dino.
Ele avaliou que o apoio à sua candidatura vem crescendo no interior do estado o que pode ser observado, segundo ele, a partir da mobilização espontânea que vem ocorrendo em vários municípios maranhenses por onde tem andado. “É claro, visível e bastante firme o sentimento de mudança, de necessidade de renovação da política do nosso estado”, afirmou.
Ao comentar o resultado da última pesquisa da Escutec divulgada no último dia 15, Flávio disse que há uma demonstração clara de que haverá segundo turno nas eleições deste ano, assim como um indicativo forte de sua presença no dia da votação em 30 de outubro.
“Essa tendência está clara”, resumiu. Na última sondagem da Escutec, Flávio Dino foi o único candidato que cresceu entre os três primeiros melhores posicionados. Saiu de 16,8% em julho para 18,2%. “Estamos confiantes e bastante otimistas. Nossa campanha está organizada e cresce a cada dia”, disse Flávio. Nesta entrevista ao Jornal Pequeno, ele faz uma análise de sua peregrinação em todas as regiões do Estado em busca de apoios:
Jornal Pequeno – Como o senhor avalia o atual estágio de sua campanha às eleições de outubro?
Flávio Dino – Nós estamos com uma campanha com muito crescimento; o que é importante é a tendência. A tendência de consolidação desse discurso da mudança, dessa proposta da renovação política, desse novo modelo de desenvolvimento.
Por isso eu estou plenamente satisfeito com essa fase da campanha. Nós cumprimos todos os nossos objetivos: afirmação da candidatura; enfrentamento de obstáculos, inclusive nacionais; consolidação de um campo político, democrático e popular; apresentação de propostas; divulgação da candidatura; todas as etapas, as metas previstas para essa primeira fase, foram atendidas. Agora vem, tenho certeza, um grande crescimento, que nos levará ao segundo turno.
JP – O que representa, no atual cenário político do Estado, a sua candidatura ao governo do Maranhão?
Flávio Dino – A indignação com o quadro de injustiça social. É a candidatura daqueles que não aceitam o abismo entre o Maranhão muito rico e uma população, infelizmente, muito pobre e abandonada. Temos os piores indicadores sociais do Brasil e o discurso central da minha candidatura é virar essa página do atraso, da injustiça social e afirmar um novo modelo de desenvolvimento capaz de fazer com que nosso povo tenha qualidade de vida, tenha direitos, tenha justiça social. Essa é a candidatura dos que acreditam e tem esperança que um Maranhão diferente é possível.
JP – Quais os eixos e diretrizes de seu programa de governo?
Flávio Dino – Um novo modelo de desenvolvimento que rompa com essa idéia de que grandes projetos irão salvar o Maranhão; porque é verdade que os grandes investimentos são importantes, porém são insuficientes. Precisamos ativar as múltiplas vocações econômicas que o Maranhão tem e, acima de tudo, apoiar os pequenos empreendedores do campo e da cidade, os trabalhadores urbanos e rurais, os setores sociais tradicionalmente excluídos e marginalizados.
Em vez do discurso ufanista e demagógico dos grandes projetos salvadores, pé no chão, apoio à economia real, apoio aos mais pobres, fazer crescer a nossa economia com justiça social.
O segundo eixo estruturante do nosso programa de governo é a boa e correta aplicação do dinheiro público, o enfrentamento da corrupção, a plenitude da transparência administrativa, a participação popular e o controle social. Com isso nós vamos garantir que o orçamento do Estado, hoje beirando a casa dos 10 bilhões de reais, seja bem utilizado, seja utilizado com honestidade.
JP – Qual sua impressão acerca das candidaturas dos demais candidatos, especialmente Jackson Lago e Roseana Sarney?
Flávio Dino – As demais candidaturas que estão colocadas na competição eleitoral representam propostas que já tiveram sua oportunidade, já tiveram sua chance, já tiveram sua vez. Por isso, há uma diferença entre a nossa candidatura e a candidatura da governadora Roseana Sarney e do Dr. Jackson Lago. Especialmente em relação à governadora Roseana Sarney, isso é bem evidente na medida em que ela representa o grupo político que está no poder desde 1966.
JP – O senhor acha que a Lei da Ficha Limpa poderá, de alguma forma, mudar o perfil destas eleições?
Flávio Dino – Já mudou, na medida em que a Lei da Ficha Limpa gerou um aumento da demanda ética na sociedade. Esse efeito pedagógico é altamente positivo e indiscutivelmente uma virtude consolidada da Lei da Ficha Limpa da qual tive a satisfação de participar, como deputado federal, da sua elaboração e da sua aprovação. Quanto à aplicação jurídica nós temos que esperar o pronunciamento do Supremo Tribunal Federal. Há muitas controvérsias. O Tribunal Superior Eleitoral tem afirmado a validade da Lei, o que é algo importante, porém, seguramente, esses conflitos serão dirimidos no Supremo. Por prudência e por formação profissional, não me compete opinar sobre aquilo que o Supremo decidirá e sim apenas aguardar. O que importa é que eu estou pronto para qualquer cenário em relação à eleição maranhense.
JP – Como está se dando a participação dos partidos que compõem a sua coligação – Muda Maranhão (PCdoB, PSB e PPPS) - nestas eleições?
Flávio Dino – Uma participação baseada na força da militância dos movimentos sociais, na força do nosso povo, que acredita na mudança e que deseja ver algo novo, uma política renovada no nosso estado. Nós acreditamos que esse sentimento, que nós enxergamos nas nossas atividades de rua, nas carreatas, nas caminhadas, nos comícios, é a marca da coligação “Muda Maranhão”.
JP – Qual sua análise da atual representação do Maranhão no Senado da República?
Flávio Dino – O Senado é uma Instituição de grande importância e por isso é preciso buscar representantes para o nosso estado que dêem a visibilidade necessária às reivindicações do nosso povo. Por isso a nossa coligação apresenta dois candidatos ao Senado. Em primeiro lugar, o ex-governador José Reinaldo, um homem de experiência administrativa e muita coragem pessoal, que, sem dúvida alguma, merece estar lá no Senado Federal, e a candidatura do professor Adonilson. Uma jovem liderança política da região tocantina, do sul do Maranhão, comprometido com a educação, oriundo, como eu, das lutas estudantis, e da juventude. Uma pessoa que tem as credenciais também para representar o nosso estado lá em Brasília.
JP – Como o senhor avalia as demais candidaturas ao Senado: Lobão, João Alberto, Vidigal, Roberto Rocha, Noleto, Paulo Rios etc.?
Flávio Dino – As candidaturas do campo da governadora Roseana Sarney são nomes muito conhecidos, que já estiveram no Senado. É a hora de dar oportunidade para outras pessoas.
JP – Com a experiência de quem teve uma destacada atuação na carreira jurídica e na magistratura, sendo eleito depois deputado federal, sendo candidato à Prefeitura de São Luís e agora candidato a governador do Maranhão, como o senhor se define – na atual circunstância – à guisa de um breve perfil?
Flávio Dino – Eu sou uma pessoa que desde muito jovem luta por justiça social. Desde os 15 anos de idade tenho uma atuação nos movimentos sociais de São Luís, do nosso estado. Essa foi a minha escola. Fui advogado de sindicatos e sempre mantive, mesmo na magistratura quando não podia ter atuação político-partidária, uma postura de mudança do Judiciário, de mudança do sistema de Justiça no sentido de torná-lo mais acessível, mais rápido, mais condizente com a sua gigantesca tarefa de garantir a concretização dos direitos da nossa população.
Então eu me sinto muito bem cumprindo o papel de porta-voz dos pobres, dos injustiçados, dos excluídos, dos marginalizados, daqueles tradicionalmente esquecidos na política maranhense.
Cumpro esse papel com sentido de missão, de serviço público e com muita humildade, mas com muita determinação, muita coragem, muita convicção de que a nossa candidatura, nesse instante, representa o caminho para que o Maranhão possa virar a página da história e chegar a outro patamar, em que as leis sejam cumpridas e nós deixemos de ser, nacionalmente, um exemplo daquilo que não funciona bem. O Maranhão não é isso. O Maranhão é um estado importante, de gente honesta e trabalhadora. Por isso, nós precisamos mudar a política do nosso estado.
JP – Hoje, o PT do Maranhão é mais Flávio Dino ou é mais Roseana Sarney?
Flávio Dino – Todos os dias nós temos a resposta. Os petistas do Maranhão estão conosco, caminham conosco, levam as bandeiras do PT para as nossas atividades, discursam nos nossos comícios. Apenas uma pequena parte do PT trilhou o caminho da incoerência, o caminho de não ser fiel à tradição de luta do Partido dos Trabalhadores, de abandonar compromissos históricos que o PT assumiu no Brasil e no Maranhão. A nossa coligação é do PCdoB, do PSB com PPS e, também, de uma imensa maioria do Partido dos Trabalhadores.
JP– E como fica a sua posição em relação à sucessão presidencial? A sua campanha será um palanque aberto para a campanha de Dilma Roussef?
Flávio Dino – Nacionalmente nós participamos do arco de alianças que sustenta a candidatura da ministra Dilma. Acredito que o presidente Lula fez um grande governo e, por isso, essa obra administrativa deve continuar, e quem representa essa continuidade é exatamente a candidatura da ministra Dilma. Por isso, eu voto na ministra Dilma para presidente da República.
JP – Como candidato ao governo do Maranhão, como fica sua relação com o seu principal adversário nas eleições de 2008, o atual prefeito de São Luís, João Castelo?
Flávio Dino – Essa é uma eleição estadual e nós temos que debater os problemas do estado. Os temas municipais deverão ser tratados no momento próprio. Continuo esperando e desejando que o prefeito João Castelo faça uma boa administração em favor do povo de São Luís.Fonte:
Fonte: Jornal Pequenoo