Pente fino – Ao embarcar na campanha pela reeleição ao governo do Maranhão, em 2010, Roseana Sarney disse em alto e bom som que seu desejo era fazer a melhor administração da história. Contudo, a filha do presidente do Senado Federal, José Sarney (PMDB-AP), não explicou para quem o seu governo seria bom. A exemplo do que vem acontecendo nos últimos cinquenta anos, a família Sarney se preocupa apenas com os integrantes do clã que sucedeu o autoritário Vitorino Freire no comando político do mais pobre estado brasileiro. Acostumada a escândalos de toda ordem envolvendo seus membros, a família Sarney se viu no final de semana diante de mais uma denúncia. De acordo com reportagem da revista “IstoÉ”, Roseana Sarney está no olho do furacão provocado por denúncias de corrupção na área da Saúde. Um relatório da Procuradoria de Contas do Maranhão acusa o governo de Roseana Sarney de fraude em processos licitatórios e pede a devolução de parte dos repasses feitos às empreiteiras escolhidas para erguer unidades hospitalares do programa “Saúde é Vida”, principal bandeira da campanha da governadora pela reeleição. Além disso, a Procuradoria pede a aplicação de multa ao secretário de Saúde, Ricardo Murad, cunhado de Roseana. Com custo superior a R$ 418 milhões e com apenas 12% do cronograma cumprido, o “Saúde é Vida”, lançado há dois anos, serviu como fonte de financiamento de campanhas do PMDB maranhense, a começar pela de Roseana Sarney. As empreiteiras beneficiadas e envolvidas no esquema fraudulento repassaram, em 2010, R$ 2 milhões para o PMDB local. O escândalo cresce de forma desproporcional quando a Procuradoria de Contas do Estado afirma que três empreiteiras contratadas sem licitação (Lastro Engenharia, Dimensão Engenharia e JNS Canaã) receberam R$ 64 milhões em repasses, mas até agora não construíram um hospital sequer. Considerando que Roseana Sarney garantiu que faria o melhor governo da história, a atual inquilina do Palácio dos Leões deveria imitar a presidente Dilma Rousseff e promover uma profunda faxina na Secretaria da Saúde, começando pela imediata demissão do secretário. Acontece que Ricardo Murad, que em tempos pretéritos foi ferrenho inimigo político da cunhada Roseana, sabe muito mais do que a governadora gostaria. Se não se espelhar na limpeza promovida no Ministério dos Transportes, mesmo que as devidas investigações não tenham sido deflagradas como se esperava, Roseana Sarney será protagonista de mais um capítulo da nebulosa história de um grupo político que comanda com mão de ferro o mais miserável rincão do País. Longe de capitanear uma administração histórica e que atenda aos interesses e necessidades do povo do Maranhão, Roseana Sarney se recobre de covardia monumental ao ser complacente com a corrupção na área da Saúde, pois quando ela própria adoece os jatinhos dos empreiteiros contemplados com as benesses oficiais a levam para caros e badalados hospitais da capital paulista. Enquanto isso, os maranhenses, que no fundo financiam mais um desmando dos Sarney, morrem nas filas dos hospitais ou buscam tratamento em Teresina, capital do Piauí.
Roseana Sarney não terá coragem suficiente para promover uma faxina na Secretaria da Saúde
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