‘A guerra no Maranhão começa agora’, diz petista após greve de fome

BRASÍLIA(O Globo) - Após os sete dias de greve de fome e vigília na Câmara, o deputado federal Domingos Dutra (PT-MA) afirmou que agora vai “começar a guerra” que deve dividir ainda mais o partido no estado. No Maranhão, oficialmente, o PT vai apoiar a candidata do PMDB, Roseana Sarney, mas nas ruas a militância estará livre para apoiar o candidato do PCdoB, o deputado federal Flávio Dino.
- A guerra no Maranhão vai começar agora. O Dino vai ter 70% do PT o apoiando. A Roseana ficará com quem não tem legitimidade para empunhar a bandeira do partido - afirmou, ainda debilitado pelo período de jejum.
Domingos Dutra, de 54 anos, e o petista Manuel da Conceição, 75, receberam acompanhamento médico durante todo o protesto. Conceição, no entanto, passou mal e teve que ser levado para o Instituto do Coração (Incor), em Brasília. Após o protesto, Dutra recebeu soro, foi medicado e seguiu para casa, onde teve a primeira refeição.
Com o acordo, o tempo de TV do PT será usado pelo PMDB. Além disso, o PMDB terá o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no palanque de Roseana. Só não ganha o apoio dos 28 mil filiados ao PT no Maranhão.
- Se o Lula aparecer no Maranhão e não combinar de subir no palanque do Flávio Dino, a coisa vai ficar bem complicada. Pode ocorrer uma mobilização muito forte da militância - advertiu.
O impasse no Maranhão ocorre porque o Diretório Regional do PT decidiu apoiar Flávio Dino. No entanto, a aliança foi desfeita por imposição do Diretório Nacional, que forçou a legenda firmar entendimento com o PMDB, do candidato à vice de Dilma Rousseff, Michel Temer (PMDB-SP). O líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PE), que mediou o acordo, acredita que o entendimento deve ser respeitado pelo PMDB.
- Chegamos ao limite para ter um bom convívio com o PMDB. Não vejo motivo para que esse acordo agrave a crise no Maranhão.