SÃO LUÍS - O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão (STTREMA) decidiu, ontem (12), em assembleia pela paralisação do serviço de transporte coletivo em São Luís no dia 23, segunda-feira, depois de não conseguir um acordo com o sindicato patronal com relação a reajuste salarial e outros benefícios. Entre as exigências do STTREMA estão o aumento salarial para 16% e 30% no tíquete-alimentação. Empresários ofereceram apenas 2% no salário e manutenção do tíquete. Após duas reuniões malsucedidas sem nenhum avanço nas negociações entre o STTREMA e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (SET), a categoria, formada por motoristas e cobradores, decidiu que haverá uma paralisação por tempo indeterminado a partir da segunda-feira, dia 23 deste mês. O presidente do STTREMA, Dorival Sousa da Silva, informou que a decisão de realizar a paralisação foi tomada em assembléia-geral, realizada em dois turnos, no período da manhã e na tarde de ontem. "Qualquer decisão que o sindicato toma é amparada em assembleias, com grande número de trabalhadores, e foi justamente isso o que ocorreu. Nós apresentamos a contraproposta dos empresários e a categoria não aceitou", explicou Dorival Souza. O diretor financeiro do STTREMA, Marcelo Luís Alves, justificou o percentual pedido pelos trabalhadores com base nas sucessivas perdas salariais acumuladas ao longo dos últimos anos e destacou que, se o reajuste fosse pedido baseado somente neste item, o SET deveria pagar muito mais que o percentual sugerido. "Estamos pedindo um valor que está dentro da realidade porque, se fôssemos exigir o reajuste baseado somente no que perdemos com o passar dos anos, teria de ser mais do que 16%", assinalou Marcelo Alves. O superintendente do SET, Luís Cláudio Siqueira, disse que, a exemplo dos rodoviários, o sindicato dos empresários também fez uma assembleia entre os patrões, mas, até o fechamento desta edição, o estado não foi informado de nenhum posicionamento. Projeção Caso os empresários atendam ao percentual reivindicado pelo Sindicato dos Rodoviários, o salário passaria de R$ 1.016,00 para R$ 1.282,96, se tornando o maior rendimento pago a um motorista de ônibus entre todas as capitais nordestinas e o 10º maior salário entre todas as 27 federações, segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). Ainda de acordo com o levantamento feito pelo NTU, se fossem analisadas somente as capitais com carga horária de 44 horas semanais, São Luís ficaria atrás somente de Manaus (R$ 1.507,47) e Cuiabá (1.345,00). Atualmente, a proporção entre salário e carga horária semanal faz da capital maranhense a que menos paga por hora trabalhada. Na quarta-feira, dia 18, está agendada uma reunião entre o sindicato e os empresários, às 15h, na Procuradoria do Trabalho. O que o sindicato dos trabalhadores pede: Reajuste de 16% no salário Aumento do valor do tíquete-refeição de R$ 315,00 para R$ 450,00 Inclusão de dois dependentes no plano de saúde Redução da carga horária diária de 7h20 para 6h O que os empresários oferecem: Reajuste salarial de 2% Manutenção do tíquete-refeição Manutenção de apenas o titular no plano de saúde Não discutirá carga horária por não compor a convenção coletiva 2010-2011 fonte/imirante.com
Rodoviários decidem fazer greve a partir do dia 23 de maio
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