Duas mil pessoas vão ao enterro de Jackson Lago no Maranhão

Representantes oficiais de Roseana Sarney (PMDB), adversária de Lago, não compareceram ao enterro do pedetista

Aproximadamente duas mil pessoas estiveram no sepultamento do ex-governador do Maranhão Jackson Lago (PDT), morto na segunda-feira vítima de câncer de próstata. Entre as pessoas que prestaram as últimas homenagens ao pedetista estavam o presidente nacional do PDT e Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, e o presidente nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile. Lago foi enterrado no início da tarde desta quarta-feira sob uma forte chuva em São Luís, capital do Estado.

Foto: AEAmpliar

O ex-governador Jackson Lago (PDT-MA), morto nesta segunda-feira, em SP

Representantes oficiais do governo Roseana Sarney (PMDB) não compareceram ao enterro do pedetista. Mas políticos de uma posição mais neutra, como o deputado federal Pedro Fernandes (PMDB) e o presidente da Assembléia Legislativa do Estado, Arnaldo Melo (PMDB), compareceram às últimas homenagens a Lago. Lago foi sepultado com honras de chefe de Estado, com direito à salva de tiros e cortejo em carro aberto com cadetes do Corpo de Bombeiros.

Lupi afirmou que Jackson Lago teve uma grande contribuição para a democracia brasileira ao fazer parte da fundação do PDT. “Sem dúvida, ele deixa uma lição de coerência a todos os políticos brasileiros”, afirmou. “Falei com ele no dia 24 de março e já imaginava que ele ia nos deixar a qualquer momento. A fala dele estava muito frágil naquele momento”, complementou.

Stédile, por sua vez, se classificou como um grande amigo do ex-governador e um companheiro de luta pela democracia brasileira. “Ele nos deixou um legado de exemplo de fidelidade com o povo que, com certeza, dará muitos frutos para gerações futuras”, afirmou o presidente do MST.

Protesto

Alguns pedetistas utilizaram o enterro de Lago para protestar contra a família Sarney, adversária de Lago Foram comuns gritos como “Jackson, a luta continua” em referência à sua trajetória de combate ao domínio do grupo Sarney no Estado.

Essas pequenas manifestações contra o grupo Sarney fugiram da orientação dada pelo PDT do Maranhão. Quando Jackson Lago morreu, a direção estadual do partido pediu a todos os militantes que evitassem protestos.“Todos tem o direito de prestar homenagens, por isso pedimos para evitar um clima de animosidade”, explicou o secretário-geral do PDT no Maranhão, Weverton Rocha.

Wilson Lima, iG Maranhão